À
primeira vista, a alegação do ateísta de que “Deus não existe” parece ser uma
simples declaração sobre a existência de Deus. Na verdade, é muito mais.
Dizer que
Deus não existe implica muitas coisas referentes à natureza da humanidade e do
universo, assim como de Deus. Por exemplo, dizer que Deus não existe é dizer
que a humanidade e todas as coisas não são criadas, ou tiveram o seu começo,
ordem e existência continuadas por si mesmas.
Dizer que
Deus não existe é dizer que as leis da física e da biologia não foram criadas,
ordenadas e sustentadas por Deus, porém operam com ordem precisa e padrões
estabelecidos (leis) por elas mesmas.
Dizer que Deus não existe é dizer que todo o amor, pensamento e existência física das pessoas existem por si mesmos à parte da sabedoria e poder de Deus.
Dizer que Deus não existe é dizer que todo o amor, pensamento e existência física das pessoas existem por si mesmos à parte da sabedoria e poder de Deus.
Dizer que
Deus não existe é dizer que qualquer coisa e tudo tem seu começo, existência e
propósito à parte de Deus. O “Big Bang” ou diferentemente, de qualquer forma
que o ateísta possa tentar explicar a origem, ordem, e magnificência do
universo, não tem nada haver com “Deus”.
Portanto,
a afirmação “Deus não existe” é muito mais ampla que parece a princípio, já que
ela se refere à natureza de tudo que existe agora, sempre existiu ou sempre
existirá. É uma alegação dogmática do que pode ou não pode ser verdade ou
realidade última. E enquanto o ateísta possa humildemente admitir ignorância de
muitas coisas neste mundo, isto ele sabe por certo: o universo e tudo nele não
são criados, ordenados e sustentados por Deus, pois Deus não existe.
A
Natureza e o Objetivo da Alegação do Ateísta em Relação ao Conhecimento,
Verdade e Autoridade Suprema.
Em adição
às declarações gerais relativas à natureza de Deus, humanidade e toda
realidade, alegações semelhantes são subentendidas em relação à natureza do
conhecimento, verdade e autoridade suprema. Como os ateístas alegam existir
independentemente de Deus, assim eles creem que podem observar interpretar e
fazer declarações verdadeiras sobre a natureza do universo a parte de Deus.
Conhecimento verdadeiro, verdade absoluta e autoridade suprema para saber e
falar a verdade existe à parte de Deus. A explanação de Deus da origem e
natureza da realidade não é necessária, já que a realidade pode ser observada e
interpretada com autoridade desde a limitada perspectiva do intérprete humano.
E enquanto o ateísta possa admitir a possibilidade de ter falsas opiniões, ao
negar a existência de Deus ele declara sua própria opinião ou interpretação da
realidade como verdade com autoridade. Por exemplo, assegurar que toda vida
existe à parte do Deus criador e sustentador é presumir a própria capacidade de
alguém fazer uma interpretação verdadeira e com autoridade da origem e da
existência final da vida.
Naturalmente,
poucos teriam coragem de chamar para si mesmos a autoridade final e
determinante da verdade e a sua própria interpretação da realidade como
absoluta verdade. No entanto, os ateístas fazem exatamente isto.1 Como a
existência de Deus e a explicação do universo são negadas, o limitado ponto de
vista do intérprete humano é presumido ser o último lugar de autoridade. E
enquanto os ateístas adequadamente admitem sua ignorância em relação a muitas
coisas, eles permanecem certos de que Deus não existe e que nada da realidade é
criado, ordenado e sustentado por Deus e que o limitado ponto de vista de um
ser humano finito é suficiente para fazer tais declarações autoritárias de
“verdade”.2 Se esta suposição é sensata ou não discutiremos depois, porém veja
bem que o objetivo das alegações ateístas em relação a Deus, homem e realidade,
também se aplica à natureza do conhecimento, verdade e autoridade final. Para
assegurar a própria interpretação de alguém em relação à origem e natureza da
realidade como verdade é se colocar como a autoridade final e determinante da
verdade. Neste caso o ateísta assumiu o lugar de Deus.
A
Natureza e Objetivo das Alegações do Ateísta em Relação à Ética ou Moralidade.
Naturalmente
segue que o juiz final da natureza de Deus, humanidade, realidade,
conhecimento, verdade e autoridade final será o juiz final do certo e do
errado. Assumir nenhuma responsabilidade para Deus é assumir a opinião humana
como a maior autoridade moral e a vontade humana como livre para fazer o que
quiser (submetida às restrições feitas pelo homem). À parte de Deus, a
humanidade faz as regras.3 Isto não quer dizer que todos os ateístas vivem
vidas imorais comparados com o não ateísta, ou que os ateístas não têm suas
próprias razões para viver uma vida “moral”.4 Quer dizer que uma negação da
existência de Deus é uma alegação de independência das leis e julgamento de
Deus. “Sem Deus” significa nenhum padrão definitivo de certo ou errado, nenhuma
responsabilidade final e nenhum julgamento supremo. Portanto, as alegações do
ateísta são amplas em sua ética, estendendo para o governo moral do universo, o
destino final da humanidade após a morte e a existência da responsabilidade
final daí em diante para o mau comportamento na presente vida. Dizer que Deus
não existe é dizer muitas coisas.
Capítulo
Dois: Argumentos Baseados em Simples Suposições.
Cristãos
fiéis de cada época são confrontados com argumentos inacreditáveis de algumas
das maiores mentes da história. Oponentes contemporâneos do Cristianismo
frequentemente têm graduações avançadas e podem ser especialistas nos seus
campos. Para a média dos Cristãos ensinados na Escola Dominical pode ser um
tanto intimidante. Devem os Cristãos ser Ph.D para responderem um Ph.D?
Contudo, o número e a diversidade de argumentos a favor e contra o Cristianismo
são ilimitados. Como pode o Cristão ocupado começar a apreender o grande volume
de material? O só pensar é desalentador. E enquanto Deus não necessita de
defesa (Sua vontade e propósito serão realizados), os Cristãos têm sido
ordenados a participar do privilégio de declarar e defender sua fé. Como,
então, podem os crentes adequadamente defenderem sua fé em Cristo diante de tão
pesada e sofisticada oposição?
Felizmente,
tão variados e sofisticados quanto os argumentos contra o Cristão possam ser,
eles são surpreendentemente uniformes e simples nas suposições nas quais eles
são construídos. Realmente, grandes argumentos são como bonitos edifícios, eles
são tão bons como as suas fundações. Se o início das suposições de um argumento
contra a existência de Deus é sem valor, a conclusão será sem valor, apesar da
sofisticação do argumento. Interessantemente, muitos falsos argumentos contra o
Cristianismo são bastante lógicos porque suas conclusões logicamente seguem
suas suposições iniciais. Combater tais argumentos sem desafiar as suposições
iniciais é fútil. Deixar as suposições iniciais sem desafio quando a conclusão
segue aquelas suposições apenas encoraja descrença dando a impressão que
argumentos incrédulos não podem ser logicamente refutados. Em contraste,
qualquer argumento lógico será exposto como falso se as suposições iniciais são
demonstradas serem falsas. Então, se as suposições falsas da argumentação
ateísta puderem ser facilmente identificadas e mostradas como inverdades, a
capacidade de refutar os mais sofisticados argumentos pode se tornar disponível
para todos os Cristãos.5
A
natureza destas suposições básicas ou fundamentais será explicada depois nos
capítulos seguintes, porém uma introdução neste ponto será útil. Brevemente,
todas as pessoas interpretam o que elas vêm, ouvem, sentem, tocam, cheiram e
pensam a respeito de acordo com um padrão de verdade ou autoridade. Elas
confiam (tem fé) nesta autoridade para o significado final das coisas. Por
exemplo, Cristãos e cientistas ateístas podem concordar nas leis observadas na
física, enquanto uns as veem como o resultado do tempo e mudanças e os outros
como um trabalho de Deus. Enquanto vendo os mesmos fatos, eles confiam em
diferentes padrões de verdade ou autoridade pela qual os interpretam. As
Escrituras, como a Palavra de Deus, é a autoridade final e objeto de fé para o
cientista crente, enquanto a autoridade final e objeto da fé do ateísta estão
em algum lugar (a ser discutido abaixo). Em cada caso, a sensatez e a
credibilidade da autoridade final ou objeto da fé de alguém está em questão.
Como a bela construção numa fundação defeituosa, se a autoridade assumida na
qual os ateístas constroem seus argumentos é insensata e não confiável, assim
serão os argumentos construídos sobre ela.
Capítulo
Três: Expondo a Suposição de Onisciência
Identificando
e demonstrando que os argumentos sofisticados do ateísmo são construídos em
suposições insensatas de fé envolve fazer a seguinte pergunta: “Como você sabe
o que você alega que sabe?”. A aplicação cuidadosa e graciosa desta pergunta é
a essência de expor o ateísmo como insensato e não científico. Naturalmente,
pode ser fácil aprender os princípios enquanto o seu uso efetivo em diversas
situações pode requerer tempo e experiência (como com o beisebol, violino e
apologética). Contudo, como ilustrado pelo diálogo imaginário entre o Sr. Cristão
(“C”) e o Sr. Ateísta (“A”),6 este método simples é fácil de aprender e efetivo
quando usado com sabedoria e graça. Também, veremos que os ateístas presumem
uma medida de conhecimento somente possuído pelo próprio Deus que eles negam.
Ouçamos...
C: Sr. A,
bom vê-lo, você está bem?
A: Estou
obrigado, e você?
C: Estou
bem, obrigado. Posso lhe fazer uma pergunta, Sr.A?
A:
Naturalmente, Sr.C, porém sem dúvida você irá até mim de novo pelo meu ateísmo.
C: Você é
meu amigo, Sr.A, e gostaria que esta amizade se estendesse na eternidade.
A:
Aprecio sua atitude.
C: Eis a
minha pergunta. Eu tenho na minha escrivaninha uma bonita caixa de madeira, com
ornamentos entalhados e uma linda pérola incrustada. Você pode me dizer o que
está dentro da minha caixa de madeira, Sr.A?
A: Quem
sabe joias?
C: Receio
que não. Tem outro palpite?
A: Eu não
vi a caixa e não a abri como poderia saber o que está na caixa?
C: Sua
resposta é bem sensata, Sr; A. Que tal sobre a minha garagem? Você sabe o que
está nela?
A: Você
sabe que nunca estive na sua garagem. Não tenho ideia do que está nela, embora
saiba que ela não contém os seus carros.
C:
Bastante cheia, receio. Diga-me, você viajou através do espaço lá fora
recentemente, ou deixou o seu corpo físico vagar ao redor em outra dimensão?
A: Eu me
pareço com o Dr. Who, Sr. C?
C: Você
concorda, então, que está correntemente limitado às três dimensões da
existência?
A:
Naturalmente estou limitado. Também estou limitado segundo minhas habilidades
físicas e na minha habilidade de entender sua escolha de questões, devo
acrescentar.
C:
Existem mais do que três dimensões? Mais do que quatro, cinco, dez ou uma
centena?
A:
Diga-me Sr. C, como possivelmente eu poderia saber? Nunca estive além da minha
atual existência tridimensional para declarar um palpite. Você está me fazendo
pergunta que eu não posso responder possivelmente. Diga-me seu propósito, Sr.
C.
C: Sr. A,
Deus existe?
A:
Naturalmente não, sou um ateísta.
C: Eu sei
que você é um ateísta, e até agora você tem sido sensato ao admitir suas
limitações como um ser humano finito. Porque você deixou de ser inteiramente
sensato para ser um absolutamente irracional?
A: O que
você quer dizer com, absolutamente irracional? Não existe absolutamente
evidência para a existência de Deus. Você é um que diz que alguém que não
podemos ver existe, talvez o peso esteja sobre você para provar para mim que
Deus existe.
C: Sou
incapaz de provar para sua satisfação de que Deus existe.
A: Este é
exatamente o meu ponto, Sr.C, não existe evidência para Deus, e você o admitiu
ao dizer que não pode provar para mim que Ele existe. Estou surpreso que você
desistiu tão cedo.
C: Eu não
disse que não há evidência para Deus, Sr. A. O que eu quis dizer é que eu não
posso por argumento somente convencer você para sua satisfação que Deus existe
como você é confrontado com a evidência da Sua existência em qualquer lugar e
em todo o tempo, embora ainda não acredite na Sua existência. Se o universo
inteiro declara a glória de Deus, incluindo o modelo e a ordem de toda a
existência criada, a provisão de todas as boas coisas, e sua própria
consciência e conhecimento,7 como poderei trazer para você alguma prova nova ou
adicional que o convencerá de que Ele existe? Desta forma eu não posso provar
para você que Ele existe, embora a evidência para a Sua existência seja clara,
evidente, detalhada e convincente, em tal extensão que a Bíblia diz que você é
indesculpável por não acreditar em Deus e não dar a Ele honra e gratidão.8
A: Eu
sei, eu sei, esta foi a discussão da semana passada. Assim, por que as
perguntas?
C: Você
está desejando admitir que suas limitações humanas com respeito a minha caixa
de madeira e garagem, assim como as suas limitações humanas das três dimensões.
Como é que ao mesmo tempo você alega saber sobre todas as coisas no universo?
A: Saber
todas as coisas no universo? Eu não aleguei tal coisa, Sr.C. O que você tem
fumado? Eu sei que você era um hippie nos anos 60, não era Sr.C?
C: Muito
engraçado. Porém me diga o que você deveria saber para me dizer com certeza que
Deus não existe? Você não teria de saber tudo o que pode ser conhecido no
universo inteiro e além antes que você possa com certeza dizer que Deus não
existe?
A: Não
estou certo, nunca pensei nisto desta forma.
C: A fim
de alguém dizer que Deus não existe com certeza, alguém teria de saber tudo que
pudesse ser conhecido sobre cada coisa no universo e além, inclusive cada
possível dimensão. Ao dizer que Deus não existe você está sugerindo que você é
onisciente e que tem suficiente informação e habilidade para saber com certeza de
que Deus não existe.
A: Não
estou fazendo tal coisa.
C: Eu sei
que você nunca claramente alegaria o atributo da onisciência de Deus. Contudo,
alguém ainda precisaria ser onisciente para dizer que Deus não existe, um
atributo de Deus que os ateístas dizem não existir. E enquanto você tem sido
muito sensato admitindo sua limitação em não conhecer o que está na minha
caixinha de madeira e garagem, você está ao mesmo tempo desejando fazer uma
alegação que requer um conhecimento e habilidade infinitamente maior do que é
requerido para saber os conteúdos da minha caixa de madeira e garagem. Você
parece ter ido de uma posição muito racional, admitindo suas limitações humanas
com respeito ao universo, para uma muito irracional que fala como se você
soubesse todas as coisas, as quais você admite não conhecer.
A: Eu
olho para o universo e não vejo a evidência para Deus, assim não há Deus.
C: Você
está me dizendo que o que você não pode ver não pode existir? Não é isto tomar
o lugar de Deus dizendo, com efeito, que o que você não pode ver ou saber não
pode existir? Você está dizendo que o que pode e não pode existir no universo é
determinado pelo seu limitado entendimento dele? É isto sensato?
A: Eu sei
que você apenas quer que eu vá para o céu, porém estou muito cansado para
discutir isto além hoje, e minhas limitações humanas requerem que eu vá comer.
C: Assim
Deus nos criou Sr. A. Espero pela nossa próxima conversação.
A: Espero
por ela também, Sr. C.
Esta
simples ilustração revela a falha básica da alegação do ateísta. Por outro
lado, o Sr.A é sensato ao admitir os limites do seu conhecimento e admitir a
sua ignorância do conteúdo da caixa de madeira e garagem do Sr. C. Por outro
lado ele é insensato em alegar que Deus não existe, pois ele teria de conhecer
tudo sobre o universo inteiro e além para legitimamente fazer tal alegação. Ele
teria de ser Deus para negar Deus, o qual ele diz que não existe. E enquanto
ele reconhece sua limitada habilidade para saber muitos aspectos do universo
(incluindo a caixa e a garage), ele sabe por certo que tudo é não criado,
auto-existente, auto-ordenado, e não relacionado a Deus, pois Deus não existe.9
A habilidade assumida de fazer declarações com autoridade sobre o que não pode
ser conhecido fora da onisciência ou direta revelação de Deus é básica a todos
os argumentos ateístas. Esta é a fundação ou suposição de fé sobre a qual os
argumentos ateístas são construídos. Em resumo, o ateísta tem fé em sua própria
habilidade de conhecer o que não pode ser conhecido fora da onisciência ou
direta revelação de Deus. O ateísta presume que a autoridade final ou padrão de
verdade seja a sua própria opinião. A questão é se esta é ou não uma fundação
fidedigna e sensata para os argumentos dos ateístas. Como temos visto, se a
fundação é falha assim são os argumentos construídos sobre ela. Isto será visto
além na discussão seguinte em relação a existência de milagres.
Capítulo
Quatro: Os Milagres São Racionais?
Ateístas
tipicamente negam a existência histórica de milagres e eventos extraordinários
nas Escrituras. Seus argumentos têm influenciado os círculos acadêmicos onde os
estudiosos oferecem explicações alternativas das narrações da Bíblia a tempo
tido como literais e históricas. Alguns rotulam narrações, consideradas
históricas pelo próprio Cristo, como fábulas e mitos. Particularmente
embaraçantes para alguns são as narrações históricas como Jonas na barriga de
um peixe e Noé salvando o reino animal e a raça humana numa arca.Tais “estórias
de crianças” são um pouco melhores do que contos de fadas para muitos. Porém
como é para vermos estas narrações? Pode um Cristão no contexto moderno
sensatamente manter estes eventos como históricos diante do criticismo duro e o
desdém intelectual? Retornemos para a discussão em andamento entre o Sr. A e o
Sr.C para mostrarmos que os crentes nunca deveriam ser intimidados pelos
argumentos contra a historicidade dos milagres e eventos extraordinários das
Escrituras. Ateístas usando estes argumentos operam na mesma suposição
insensata de onisciência como ilustrado acima.
A: Sr. C,
tem estado bem?
C: Sim,
obrigado Sr. A, e você?
A: Estou
bem obrigado. Tenho feito algumas leituras; eu poderia lhe fazer algumas
perguntas?
A: Você
crê que a Bíblia é verdade?
C: Sim,
naturalmente.
A: Você
crê que Jonas realmente esteve na barriga de um peixe por três dias, foi
vomitado numa praia e pregou em boa saúde?
C: Sim,
naturalmente.
A:
(rindo) Muito engraçado Sr. C.
C: Eu realmente
acredito que o evento aconteceu exatamente como escrito.
A: Meu
querido Sr.C. certamente você graceja. Deveria eu também propor que uma rena
voa e que uma real fada do dente ganha dinheiro para um programa de dentes
molares? Eu mal posso, não posso, estou...
C: Você
precisa se sentar Sr. A? Não somente acredito, é muito sensato que Jonas possa
estar na barriga de um peixe por três dias no seu caminho para um compromisso
de pregar. Na verdade, todos os milagres da Bíblia são muito sensatos e lógicos.
A: Hum.
Sou todo ouvido nisto. Enquanto eu posso entender que, contra a razão, você
deve acreditar nisto pela fé, porém como pode você dizer que todos os milagres
são lógicos?
C: Bem,
primeiro, não acredito que os milagres deveriam ser aceitos pela fé que seja
contrária à razão ou evidência. Fé verdadeira é sensata e justificada. Tudo
depende do seu ponto de partida. Como Deus tem poder infinito e criou todas as
coisas, inclusive todas as leis, Ele está acima de todas as leis da “natureza”
e não está sujeito às suas limitações. É sensato, portanto que um Deus com tal
poder e controle sobre o universo inteiro possa ter Jonas na barriga de um
peixe por três dias, ou trezentos anos, se Ele assim o desejar. Assim é que
Cristo pode andar por sobre as águas, ressuscitar mortos, etc.
A: Então,
você acredita que Noé realmente construiu uma arca e que todas as espécies de
vida existentes são derivadas dos habitantes da arca? E como você pensa que Noé
e sua família foram capazes de alimentá-los e limpar as consequências de tantos
animais? Ele tinha uma arca adicional ou duas para carregar alimento suficiente
para alimentar tal zoo? Isto é tão inaceitável que não posso acreditar que o
estou discutindo.
C: Você
se esqueceu do problema adicional de como ele fez para pegar dois de cada espécie
das criaturas viventes e tê-los livremente e em boa ordem entrarem na arca para
tomarem os seus lugares nas suas respectivas vagas. “Desculpe-me Sr. Leão? Você
poderia pegar sua companheira e entrar na arca às 08:00 horas? E não se
preocupe teremos suficiente alimento fresco para você comer, assim fique longe
dos unicórnios”. “Oh querida, os tatus estão atrasados e onde estão os
elefantes?” Existem mais dificuldades do que você mencionou Sr. A.
A: E você
ainda acredita que seja sensato e lógico acreditar nisto?
C: Sim.
A: Certo.
Ainda estou todo ouvido. Atônito, porém todo ouvido.
C: Assim
como com Jonas, um Deus todo poderoso, que criou e mantém todas as coisas, pode
fazer todas as coisas. A arca é brincadeira de criança para Deus. Nosso
problema com a narração da arca é que tentamos explica-la de acordo com os
princípios “naturais” de acordo com nossas próprias limitações, sem Deus. Noé
construiu a arca, porém foi preciso o poder infinito de Deus para enchê-la e
povoar a terra com animais. O Deus que pode falar e fazer um universo do nada
pode certamente trabalhar com Noé para cuidar e preservar os animais.
A: Você
acredita que Cristo nasceu de uma virgem?
C:
Absolutamente. As Escrituras claramente ensinam que Deu o Filho tomou Ele mesmo
a forma humana para agir como nosso substituto, para pagar a pena pelos nossos
pecados em nosso lugar.10 Como Deus criou e mantêm todas as coisas, inclusive a
procriação, Ele não está sujeito às suas limitações. Como com todos os
milagres, Deus não está sujeito às restrições das leis físicas que Ele criou e
mantém. Nada é impossível para Deus.
A: Porém
Deus não existe, Sr.C, assim tais milagres não existem.
C: Então
estamos de volta à estaca zero com nossa conversação original. A fim de você
provar para mim que milagres não existem você deve provar para mim que Deus não
existe, o que, como discutimos, requereria de você saber tudo sobre cada
aspecto do universo e além. A mesma onipresença requerida para você negar a
existência de Deus é requerida para você negar os milagres.
A: Certo,
então por que alguns que se chamam Cristãos admitem que a estória de Jonas, Noé
e a arca, ou o dilúvio não são fatos históricos, porém meras estórias usadas
para provar um ponto teológico?
C: Boa
pergunta. Se o seu ponto inicial ao interpretar as Escrituras for a pessoa e
natureza de Deus assim como Ele Se revelou a Si mesmo nas Escrituras, eles não
recorreriam a tais coisas. Talvez eles precisem aprender alguma teologia e
apologética apropriada, Sr. A.
A: Bem,
devo dizer que eles não são úteis para sua causa, pois eles parecem validar
meus próprios pontos de vista. Você pensaria que se eles acreditassem em Deus
como a origem de todas as coisas e tão poderoso e no controle do universo como
você crê, eles saberiam que não estão em condições de questionar o que Deus
pode ou não pode fazer, e não haveria problema com Jonas num peixe ou Noé e a
arca como história.
C:
Confesso, Sr. A, você está absolutamente correto.
A: De
qualquer forma, estou grato por eles, pois eles encorajam minha descrença.
C: Talvez
você pudesse falar com eles e convencê-los de serem um pouco mais consistentes
com a teologia que alegam abraçar.
A: Não
obrigado, Sr. C, este é seu trabalho. Falaremos de novo!
No
segundo encontro dos nossos vizinhos amigáveis vemos o princípio estabelecido
no seu primeiro encontro funcionando novamente, embora não pareça tão
diretamente óbvio. Vemos que a rejeição dos milagres do Sr. A está baseada na
sua negação da existência de Deus. Como Deus não existe não pode haver
milagres. Naturalmente, isto ignora o problema real de como definir milagres
num universo onde Deus não sustenta as “leis da natureza”, o que então evita
uma “lei” mudar de um dia para o outro num mundo fundado na chance ao acaso?11
Para o
Sr.C, milagres são tanto sensatos quanto lógicos. Um Deus infinitamente
poderoso não é limitado pelas leis que Ele criou e sustenta. Milagres é
meramente o poder de Deus exercido de uma maneira diferente da que Ele exerce
em sustentando as leis do universo que Ele criou. Tanto as leis uniformes da
“natureza” como os milagres contrários àquelas leis, igualmente requerem o
poder infinito de Deus para a sua existência. Então, a visão de alguém sobre
Deus determina a visão de alguém sobre os milagres e os eventos extraordinários
das Escrituras. Para negar a possibilidade dos milagres alguém deve primeiro
provar de que Deus não existe. E, como vimos anteriormente, alguém precisaria
possuir conhecimento exaustivo de todo o universo e além para legitimamente
negar a existência de Deus. Aqueles que não podem saber o conteúdo da caixa de
madeira e da garagem do Sr. C não possuem tal conhecimento. Contudo, à luz de
Deus como a origem de todas as coisas e determinante do que é possível no
universo, é pena que alguns que professam conhecer a Deus presumem determinar o
que Ele fez ou não na história, contrário ao testemunho claro das Escrituras.12
Com isto o crente professante age de acordo com os princípios do ateísta e assiste
o descrente ao justificar não crer.
Assim,
como na primeira ilustração, vemos que o problema final com o ateísmo são as
alegações não autorizadas e irracionais sobre as quais ele se baseia. E com
respeito aos milagres, até que alguém possa provar que Deus não existe, ninguém
pode provar que Jonas não poderia estar na barriga do peixe por três dias, ou
que leões e tigres e ursos não poderiam acompanhar Noé num cruzeiro prolongado.
Deus pode falar e fazer o universo, então qual é o problema com Jonas num peixe
e Noé na Arca?
Capítulo
Cinco: “O Problema do Mal” e a Trindade.
Porém que
tal aqueles argumentos que pretendem mostrar contradições no conteúdo das
Escrituras, a fundação da fé Cristã? Como veremos abaixo, estes tipos de
argumentos se baseiam nas mesmas suposições de fé fundamentando as alegações do
ateísta de que Deus não existe e que os milagres das Escrituras não são
verdadeiros. Ouçamos o Sr. A e o Sr. C discutirem o que é conhecido como o
“problema do mal”.
A: Sr. C,
tem visto alguns milagres ultimamente?
C: Você
ainda está respirando, não está, Sr.A?
A:
Processo natural, Sr. C, processo natural. Tenho lido alguma coisa. Poderia lhe
fazer algumas perguntas?
C: Por
favor, faça, estou interessando no que você descobriu.
A: A
Bíblia ensina que Deus é infinitamente bom, e fará o que é bom em cada
situação, correto?
C: Sim, é
verdade.
A: E a
Bíblia diz que Deus é todo poderoso e pode fazer qualquer coisa que deseje?
C: Sim,
isto também é verdade.
A: Então
o seu Deus não pode existir, pois se Deus é todo poderoso, Ele poderia evitar o
mal, e se Ele é perfeitamente bom, Ele certamente evitaria o mal. Dado que o
mal existe, Deus ou é menos do que perfeitamente bom ou menos do que
infinitamente poderoso. Portanto, Deus, como a Bíblia O descreve, não pode
existir.
C: Sr. A,
você declarou absolutamente bem o que é alguma vezes chamado “o problema do
mal”. Eu o elogio na sua pesquisa.13
A: Então
você irá se juntar ao meu clube de ateísmo nesta noite?
C:
Obrigado, talvez não. Posso lhe fazer algumas perguntas antes de você ir?
A:
Certamente.
C: A
forma como você colocou o problema do mal não apresenta dificuldade.
A: Sim, é
um argumento logicamente válido, assim como a conclusão segue as premissas.
C: A
conclusão parece seguir as premissas como você colocou, porém isto não faz a
conclusão verdadeira, se as premissas podem não ser verdadeiras. Por exemplo,
como sabemos que um bom Deus irá necessariamente sempre evitar o mal? Os bons
pais sempre evitam toda coisa mal que uma criança possa fazer, por razões não
entendidas pela criança?
A:
Certamente, porém estamos falando aqui sobre Deus.
C: Sim, e
os caminhos de Deus são infinitamente acima dos nossos caminhos. Suas premissas
excluem a possibilidade de que Deus tenha permitido o mal por razões além da
nossa compreensão. Isaías 55: 8-9 diz: “Porque os meus pensamentos não são os
vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o SENHOR.
Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus
caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos
do que os vossos pensamentos”. Agora, se Deus e Seus caminhos são infinitamente
mais altos do que os nossos caminhos, não é razoável que Ele conheceria coisas
que não conhecemos e não poderíamos saber como seres humanos finitos?
A:
Certamente.
C: Está
certo dizer que você nega a existência de Deus por que você não pode entender
como o mal pode existir num mundo criado por um Deus infinitamente bom e
onipotente?
A:
Correto.
C:
Confesso que não entendo totalmente a origem do mal no mundo. Muitas
explicações para a sua origem parecem inadequadas, ou parecem fazer Deus
depender do mal para cumprir Seus propósitos, o que é contrário ao que as
Escrituras dizem em relação ao Seu caráter santo. Porém, assim como com os
milagres, dado que Deus é infinito e eu sou finito, necessariamente não
entenderei tudo sobre Deus e Sua palavra. Somente posso saber o que Ele
escolheu me revelar.
A: Isto
não é tirar o corpo fora, Sr. C?
C: Não, é
meramente uma aceitação das minhas limitações e dependência de Deus para todas
as coisas, incluindo Sua explicação de Si mesmo e Seu universo. É razoável que
nos contentássemos em não ter respostas para todas as questões ou soluções da
vida para as coisas que não podemos conciliar em nossa mente.
//Se eu
pudesse revelar todos os mistérios, eu seria Deus. Faço bem em lembrar a
repreensão de Deus para Jó: “Onde você estava quando eu coloquei os fundamentos
da terra?”14
A: Bem,
isto não me satisfaz. Podemos não ter todas as respostas, porém se continuarmos
procurando, finalmente nós as teremos.15 No presente caso, se não posso
conciliar o caráter de Deus com a existência do mal no mundo,
C: Parece
que voltamos ao ponto zero, Sr. A. Você esta dizendo que se não pode conciliar
em sua mente limitada alguma coisa que Deus revelou sobre Si nas Escrituras,
não pode ser verdade?
A: Sim.
C: Assim
seu entendimento é o padrão final do que é verdade ou do que pode ou não pode
existir? Poderia existir uma razão que está além da nossa atual capacidade de
entender, uma que Deus sabe que não foi incluída em como você coloca o problema
do mal? Toda possibilidade no universo está esgotada pela forma como você
declarou o problema do mal? Poderia Deus saber alguma coisa que não sabemos?
A: Se Ele
existe e é infinito, então Ele saberia mais do que nós sabemos, e não teríamos
todas as respostas.
C: Você
previamente admitiu as limitações do seu conhecimento ao não saber o que está
na minha caixa de madeira ou garagem, e logo em seguida falou como se
conhecesse tudo sobre cada aspecto do universo negando a existência de Deus. E
agora, embora permaneça limitado em conhecimento, você negou a possibilidade de
mistério com respeito ao mal, e fez o seu próprio entendimento o juiz final do
que pode ser verdade.16 Você novamente assumiu o lugar de Deus, no qual estão
todas as respostas aos mistérios do universo. Sr. A, a Bíblia nos diz que este
foi o primeiro pecado da humanidade, a tentativa de tomar o lugar de Deus.
A: Certo,
Sr. C, qual é então a resposta ao problema do mal?
C:
Somente Deus sabe a resposta, definitivamente. Porém eu sei isto: Ele revelou
Seu caráter na pessoa de Cristo, em Seu infinito amor pelos pecadores levando a
pena infinita do nosso pecado sobre Si mesmo na cruz no Calvário, em Seu
infinito ódio ao pecado, requerendo sua pena ser paga que nós podemos ser
livres da sua condenação. Sabemos que o mal moral teve o seu começo no livre
desejo da criatura e que ela não existe fora do desejo da criatura. Sabemos que
o mundo é condenado porque o mal e todo o sofrimento pode, em última análise,
ser seguido até o pecado e suas consequências. Sabemos que Deus proveu uma
infinita solução para o mal, e que Ele a proveu a um custo infinito e
sofrimento de Si mesmo.
A: Tantas
pessoas parecem sofrer pelo do mal de outra pessoa. É doloroso experimentar e
doloroso olhar, enquanto algumas das respostas parecem para mim como simplistas
ou superficiais.
C: A dor
e as dificuldades desta vida são profundas e eu seria negligente em meu próprio
bem estar trata-las superficialmente ou insensivelmente. Porém apesar da
profundidade do problema, posso, como um Cristão, ter grande conforto no
caráter perfeito de Deus como revelado em Cristo, em Sua promessa de que a
retidão irá finalmente prevalecer e que a verdadeira justiça será feita, e que
todo sofrimento injusto será mais do que recompensado, e todo o mal
suficientemente punido.
A: Embora
eu não creia em Deus, devo admitir que aguardo que haverá justiça final para
aqueles como Hitler, Stalin e Mao. Porém ainda acho sua explanação menos do que
satisfatória.
C: Sim,
muito permanece um mistério, porém não devemos ousar tomar o lugar de Deus
alegando ter todas as respostas. Apesar das dificuldades envolvidas não podemos
negar nossas limitações humanas. Podemos, contudo aceitar nosso lugar como
criação de Deus e confiar Nele que tem todas as respostas. Deus sozinho rege
todo o universo e deveríamos estar felizes deixando esta responsabilidade para
Ele. Talvez Ele me explique a origem final do mal quando eu O vir no céu. Ele
revelou claramente Sua bondade e onipotência para nós na pessoa e obra de
Cristo. Ao mesmo tempo, por razões além da nossa compreensão atual, Ele
permitiu o mal existir. Sei que a forma como Deus lida com o mal mostra a
excelência do Seu caráter. Também sei que liberdade não requer a existência do
mal, assim como seremos mais livres no céu onde o mal não será uma opção.
Assim, estamos de volta onde começamos.17
A:
Deixe-me saber quando você tiver a resposta.
C: Minha
esperança é que seremos capazes de perguntar a Ele juntos.
A: Oh
não, lá vem de novo. O jantar está chamando. Conversaremos novamente.
C:
Estarei esperando.
Para
recapitular, o “problema do mal” como declarado pelo Sr. A certamente é uma
questão difícil para o Cristão. Na verdade, as Escrituras confrontam nosso
limitado entendimento com muitas questões difíceis, como a natureza da Trindade
(como será abordado abaixo), ou a predeterminação dos eventos do universo por
Deus e a responsabilidade do homem por suas ações.
Aqui como
com todas tais questões, o entendimento humano limitado não pode ser o juiz
final do que pode ou não ser verdade. A criação do universo do nada, a pessoa
de Cristo como cem por cento Deus e cem por cento homem, a Trindade, são
mistérios divinos que nenhuma lógica pode explicar (embora eles sejam lógicos,
dada a grandeza infinita e transcendente de Deus como revelado nas Escrituras).
O ser finito criado não tem o conhecimento infinito e exaustivo de Deus e Seu
universo, nem nosso entendimento constitui o determinante final da verdade.
Assim é o problema do mal realmente um problema? Sim e não. O sofrimento desta
vida alcança o fundo da nossa alma e nos desafia de uma forma profunda. Assim,
temos grande conforto no caráter perfeito de Deus como demonstrado na pessoa e
obra redentora de Cristo derrotando a morte e o mal, e na justiça final de Deus
reinando e dirigindo o universo fazendo todas as coisas direito. E se as
Escrituras são claras sobre todas as coisas, está claro que Deus é
infinitamente bom e infinitamente poderoso e que os Seus caminhos são
infinitamente mais altos do que os nossos. Se o problema do mal demonstra alguma
coisa, é que não somos Deus, uma difícil verdade para a humanidade pecadora
aceitar. Dizer que Deus não existe porque não posso entender o problema do mal
é fazer meu entendimento limitado a autoridade final do que é verdade ou do que
pode ou não existir. Fazer assim é tomar o lugar do próprio Deus, o primeiro
pecado das Escrituras, e o âmago de cada pecado desde então. O ateísta pode
escolher repetir o erro de Lúcifer, porém o Cristão não precisa ser intimidado
por isto, pois isto é meramente a validação do que as Escrituras dizem da
natureza pecadora e decaída da humanidade.
Vejamos
dar agora uma breve olhada na doutrina da natureza Triuna de Deus, outra
questão difícil utilizada pelos ateístas para negarem a existência de Deus.
A: Sr. C,
Deus é um ou três?
C: Ambos.
A: Se
entendo corretamente a visão Cristã, é errado acreditar em três deuses, porém
também é errado acreditar em um Deus que meramente Se manifesta em três
diferentes formas em diferentes tempos.
C: Isto é
correto.
A: Então,
está refutando a existência do seu Deus tão simplesmente como conhecendo a
aritmética básica?
C: Para
alguns poderia parecer assim, porém isto está longe de ser tão simples. As
escrituras ensinam que Deus é uma pessoa que existe eternamente como três
pessoas. Assim, Ele não é três deuses, porém um.
A: Nossa!
Isto esclarece as coisas. Como posso possivelmente aceitar algo que soa tão
irracional?
C:
Relembre o que parece ser irracional para você, dada as suas limitações, não é
irracional em Deus. Deus é perfeito. Ele não está sujeito às leis que Ele criou
para ordenar o universo, Ele as transcende.
A: Assim
chegamos à outra tirada de corpo fora: só alegue que Deus é muito alto e o
argumento acaba.
C: Você
está dizendo por que não pode entender como Deus pode ser ambos três e um, Ele
não pode existir? Ou porque você não pode captar ou entender alguma coisa, ela
não pode ser verdade? Seu limitado entender é realmente o último determinante
da verdade?
A: Não
posso ver como Deus pode ser uma e três pessoas ao mesmo tempo. Os Credos de
Nicéia e de Atanásio parecem-me completamente sem sentido.
C: Deus
como uma Trindade é realmente um mistério para nós, porém não para Deus, assim
como Ele não é contido pelo nosso entendimento ou pelas limitações criadas do
universo. Como Ele é infinitamente mais alto do que nós não podemos conhecer a
Ele a menos que Ele conceda Se revelar para nós, e Ele se revelou para nós nas
Escrituras como um Deus pessoal, subsistindo eternamente como três pessoas,
Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.
A: Você
está me pedindo para esquecer a razão?
C: Não,
somente para admitir suas limitações como um ser finito, criado, que não pode
esgotar o conhecimento do nosso infinito Deus. A Trindade é Deus, e se nós
pudéssemos entendê-Lo Ele não seria muito de um Deus. Infelizmente, muitos que
alegam serem Cristãos concordam com sua abordagem, rejeitando doutrinas porque
não podem totalmente entende-las ou explaná-las.
A: Devo
admitir que eles ajudam a minha causa.
C: E, por
favor, entenda, não estou negando o uso da lógica ou da razão. Deus nos deu
mente para usar e lógica para ordenar nosso pensamento. Porém Ele nunca nos deu
elas para negar Sua transcendência. Este seria um uso irreverente da lógica,
aquele que não reconhece Deus como infinitamente maior do que somos. Devemos
nos submeter à autoridade de Deus em que Ele nos falou sobre Si mesmo. Mesmo
que não gostemos de admitir nossas fraquezas e limitações nós devemos aprender
como pensar de uma maneira que totalmente honre a Deus e Sua infinita
supremacia sobre nós.
A:
Interessantemente, um Cristão uma vez me disse que a lei da não contradição é o
determinante final da verdade. Isto me convenceu ainda mais que eu poderia
explicar Deus inexistente, desde que a Trindade é claramente um conceito que me
parece violar aquela lei.
C: É uma
lei de lógica válida e útil, porém deve dobrar os joelhos à transcendência de
Deus. Verdade é o que Deus diz e conhecemos a Deus pelo o que Ele escolheu
revelar para nós.
A: Devo
admitir, quando meus argumentos em relação aos milagres ou aparentes
contradições nas Escrituras são vistas de acordo com a infinita grandeza de
Deus como revelada nas Escrituras, ela tira o vento dos meus barcos. Ainda
tenho dificuldade em aceitar a ideia de que eu tomo o lugar de Deus com a minha
argumentação, porém vou pensar mais a respeito.
Como com
o “problema do mal” a Trindade como revelada nas Escrituras é realmente um
mistério além dos limites do entendimento humano. Na Trindade encontramos Deus
que é infinitamente acima e além de todas as coisas (e que condescendeu
claramente e pessoalmente Se revelar no tempo e no espaço para Suas criaturas).
Dizer que Deus não pode existir como Ele se revelou a Si mesmo que existe é
dizer que Ele não pode ser além do que podemos entender ou acima do que sabemos
serem as leis do universo. Porém com que autoridade pode alguém limitar a Deus?
É nossa finita compreensão que determina o que pode ou não existir? É nossa
limitada perspectiva o determinante final da verdade? Nisto o ateísta está
novamente operando fé não autorizada em sua habilidade de saber o que não pode
possivelmente ser conhecido fora da revelação de Deus. Recusando aceitar o
testemunho de Deus sobre Si mesmo, o ateísta faz declarações dogmáticas sobre a
natureza final de Deus e do universo quando eles nem sequer sabem o que está na
caixa de madeira ou garagem do seu vizinho. Eles declaram o que Deus pode ou
não ser do ponto de vista dos cinco sentidos, três dimensões e setenta ou
tantos anos na terra, quando o conhecimento de cada aspecto do universo e além
é requerido para justificar sua alegação. Somente Deus possui tal conhecimento
e somente Ele pode revelar para nós com autoridade o que Ele é.
Capítulo
Seis: Miscelânea de Argumentos.
Embora
tenhamos visto poucos exemplos, a simples técnica de perguntar: “Como você sabe
o que você alega saber?” pode ser usada com qualquer argumento ateísta. Por
exemplo, alguns argumentam que Deus não pode agir no tempo e no espaço a menos
que esteja confinado e limitado pelo tempo e espaço, ao contrário aos
ensinamentos das Escrituras que Deus transcende o tempo e o espaço e que também
atua dentro deles. Como pode a limitada perspectiva do descrente, que ele mesmo
é limitado pelo tempo e espaço, concluir que o Deus infinito do universo é
assim limitado? Como para lógica, matemática ou outros argumentos “científicos”
negando a existência de Deus, Deus criou, sustenta e transcende todas as
coisas. Ele não está limitado pelas leis “naturais” que Ele criou. Novamente,
como posso conhecer que Deus é tão restringido a menos que Ele condescendesse
no dizer? Ao contrário, Ele nos disse que Ele é infinitamente além do nosso
entendimento, embora possamos saber que Ele escolheu revelar para nós sobre Si
mesmo.
Entretanto,
muitos fazem declarações injustificadas sobre Deus baseada na fé em seu próprio
limitado entendimento, apesar do fato de que eles não podem possivelmente saber
tais coisas fora da revelação de Deus.
Outros
pontos do mal perpetrado no mundo “em nome de Deus” como prova de que Deus não
existe, pois como Deus poderia ser tão bom como as Escrituras O descrevem se as
suas criaturas são tão más? Fora do fato de que as Escrituras nos dizem que o
homem pecador irá usar o nome de Deus para perpetrar o mal, e que estreito é o
caminho da salvação e que poucos entrarão nele, tais pronunciamentos presumem
conhecimento do coração de cada pessoa em cada idade, e faz a grande suposição
de que Deus não tem estado trabalhando em qualquer um deles. É seguro dizer que
Ele não está trabalhando nos corações daqueles que negam Sua existência, porém
além de casos óbvios, as Escrituras nos dizem que é difícil separar o trigo do
joio (o verdadeiro do falso crente). Entender o coração de uma pessoa já é
difícil, quanto mais o coração de cada um que já existiu.18 Aqui de novo, a
suposição irracional da onisciência permeando muitos argumentos ateístas está
em atividade. E somente por brincadeira, talvez você esteja familiarizado com a
pergunta, se Deus é tão poderoso, Ele poderia fazer uma pedra tão pesada que
Ele não pudesse levantar? O suposto problema é que se Ele pudesse fazer tal
pedra Ele não é onipotente porque Ele não pode levantá-la, ou se Ele não
pudesse fazer tal pedra, há alguma coisa que Ele é incapaz de fazer. A simples
resposta é que Deus pode fazer uma rocha de peso infinito e Ele pode
levantá-la. Ele não pode ser definido fora da existência por tais supostos
problemas.
Resumo
No nosso
breve tratamento da fé cega insensata do ateísta observamos que a declaração de
que “Deus não existe” é uma alegação generalizada em relação à natureza final
do homem, realidade, conhecimento, verdade, autoridade e ética. Entendendo o
objetivo abrangente da alegação, somos confrontados como o ateísta é mal
equipado para fazê-la. Além disso, vemos que a negação da existência de Deus
está fundamentada sobre a fé insensata do ateísta em sua própria opinião e uma
suposição implícita de onisciência.
Também
temos visto que os milagres são sensatos e são para serem esperados
considerando-se o infinito poder de Deus e Seu controle sobre as leis que Ele
criou e sustenta. Para negar os milagres alguém precisa primeiro provar que
Deus não existe, já que a visão de alguém sobre Deus determina a sua visão
sobre os milagres. Também, negar a existência de Deus porque não podemos
reconciliar o poder e a bondade de Deus com a existência do mal é reduzir Deus
àquilo que podemos compreender completamente. Fazendo assim tornamos o nosso
entendimento o juiz final do que Deus pode ou não pode ser e tomamos o lugar de
Deus como a autoridade suprema e determinante da verdade. O mesmo se aplica aos
argumentos contra a possibilidade de Deus ser uma Trindade.
Estes
poucos exemplos revelam as falsas suposições que permeiam todos os argumentos
contra a existência de Deus. Ao examinar a autoridade do ateísta de fazer
declarações sobre a natureza final de Deus e do universo, fazemos a pergunta:
“Como você sabe o que você alega saber?”. Observamos que todos os argumentos
ateístas se baseiam na fé insensata da opinião humana. Alguém limitado aos
cinco sentidos, três dimensões, setenta e tantos anos na terra e incapaz de
conhecer o conteúdo da caixa de madeira e da garagem do seu vizinho não pode
fazer declarações verdadeiras sobre a natureza final de Deus e do universo,
fora da revelação de Deus que ele alega não existir. Este é um problema para o
ateísta. Com boa razão as Escrituras nos dizem: “O tolo disse no seu coração”,
“não há Deus” (Salmo 53:1).
Por Craig Biehl
Fonte: Bible.org
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