Do ponto de vista de Oséias, olhando para trás, para contemplar sua situação familiar, fica bem claro que, quando Deus lhe deu a ordem de casar-se com Gomer, filha de Diblaim, o Senhor sabia que ela seria infiel ao profeta, após seu casamento. De fato, a ordem do Senhor a seu servo significava uma determinação para que desposasse uma meretriz. Isso não significa necessariamente que Gomer já havia revelado sua tendência para a promiscuidade sexual, quando Oséias a namorava, nem que ela já fosse mulher de má fama, quando ele a tomou por esposa.
Está implícito em Oséias 1.3, 4 que o profeta foi o pai de seu primogênito, Jezreel. Não podemos ter certeza a respeito da paternidade das outras duas crianças, Lo-ruama e Lo-ami, embora não haja uma indicação clara de que ele não as havia gerado também. Tudo quanto sabemos com certeza é que depois do nascimento delas, Oséias recebeu uma mensagem de Deus (2.2-13), na qual os nomes das crianças relacionavam-se com a prostituição religiosa do reino do Norte. Visto que o relacionamento conjugal de Oséias tencionava servir como comparação entre Iavé com Israel, poder-se-ia inferir com certeza que Gomer engravidara em um caso amoroso ilícito, e não com seu marido. O capítulo 3 indica com ênfase que ela havia desertado sua casa e abandonado Oséias, indo atrás de seu amante e, por fim, acabara como escrava (talvez como prostituta em um bordel), e quem desejasse comprá-la deveria negociar com a pessoa a quem ela se havia entregado. Resumindo, pois: o casamento infeliz de Oséias havia sido planejado por Deus mesmo, para servir de ilustração sumamente dolorosa da apostasia do reino do Norte, cujos cidadãos haviam abandonado o culto a Iavé, para adorar os vários deuses das religiões degeneradas de Canaã e Fenícia.
É claro que Deus sabia de antemão que Israel lhe seria ingrato nos séculos vindouros, mesmo quando o Senhor tomara essa nação para ser sua "esposa", segundo a aliança, cujo casamento ocorrera nos dias de Moisés, no monte Sinai. Entretanto, por causa de sua maravilhosa graça, o Senhor suportou a infidelidade de Israel, recebeu de volta seu povo, nas épocas de arrependimento e reavivamento, e manteve-se fiel a ele, ainda que houvesse contínua rejeição ao amor divino. O mesmo aconteceria a Oséias. Sua noiva era casta e pura, no início do casamento, mas depois se desviaria. Portanto, Oséias interpretou as instruções que Deus lhe dera como ordem para celebrar um casamento infeliz, logo de início: "... Vá, tome uma mulher adúltera..." (1.2), ainda que talvez não tenha usado termos tão chocantes, em sua conversa original, em resposta às orações do profeta, a respeito daquela jovem atraente por quem ele se apaixonara.
Deus sabia muito bem o que havia no coração dela; no entanto, nada dissera a fim de dissuadi-lo antes que o matrimônio fosse celebrado. Esse fato implica na linguagem de 1.2, à luz da presciência divina, e de seu propósito eterno, que governa tudo, e permitiu, portanto, que esse casamento acontecesse. A infelicidade de Oséias deveria servir de parábola ao insucesso de comunhão de Deus com Israel. Não se poderia encontrar uma ilustração mais eloqüente do que a infidelidade de Gomer contra seu piedoso marido.
Extraído da Enciclopédia de Temas Bíblicos, por Gleason Archer
Está implícito em Oséias 1.3, 4 que o profeta foi o pai de seu primogênito, Jezreel. Não podemos ter certeza a respeito da paternidade das outras duas crianças, Lo-ruama e Lo-ami, embora não haja uma indicação clara de que ele não as havia gerado também. Tudo quanto sabemos com certeza é que depois do nascimento delas, Oséias recebeu uma mensagem de Deus (2.2-13), na qual os nomes das crianças relacionavam-se com a prostituição religiosa do reino do Norte. Visto que o relacionamento conjugal de Oséias tencionava servir como comparação entre Iavé com Israel, poder-se-ia inferir com certeza que Gomer engravidara em um caso amoroso ilícito, e não com seu marido. O capítulo 3 indica com ênfase que ela havia desertado sua casa e abandonado Oséias, indo atrás de seu amante e, por fim, acabara como escrava (talvez como prostituta em um bordel), e quem desejasse comprá-la deveria negociar com a pessoa a quem ela se havia entregado. Resumindo, pois: o casamento infeliz de Oséias havia sido planejado por Deus mesmo, para servir de ilustração sumamente dolorosa da apostasia do reino do Norte, cujos cidadãos haviam abandonado o culto a Iavé, para adorar os vários deuses das religiões degeneradas de Canaã e Fenícia.
É claro que Deus sabia de antemão que Israel lhe seria ingrato nos séculos vindouros, mesmo quando o Senhor tomara essa nação para ser sua "esposa", segundo a aliança, cujo casamento ocorrera nos dias de Moisés, no monte Sinai. Entretanto, por causa de sua maravilhosa graça, o Senhor suportou a infidelidade de Israel, recebeu de volta seu povo, nas épocas de arrependimento e reavivamento, e manteve-se fiel a ele, ainda que houvesse contínua rejeição ao amor divino. O mesmo aconteceria a Oséias. Sua noiva era casta e pura, no início do casamento, mas depois se desviaria. Portanto, Oséias interpretou as instruções que Deus lhe dera como ordem para celebrar um casamento infeliz, logo de início: "... Vá, tome uma mulher adúltera..." (1.2), ainda que talvez não tenha usado termos tão chocantes, em sua conversa original, em resposta às orações do profeta, a respeito daquela jovem atraente por quem ele se apaixonara.
Deus sabia muito bem o que havia no coração dela; no entanto, nada dissera a fim de dissuadi-lo antes que o matrimônio fosse celebrado. Esse fato implica na linguagem de 1.2, à luz da presciência divina, e de seu propósito eterno, que governa tudo, e permitiu, portanto, que esse casamento acontecesse. A infelicidade de Oséias deveria servir de parábola ao insucesso de comunhão de Deus com Israel. Não se poderia encontrar uma ilustração mais eloqüente do que a infidelidade de Gomer contra seu piedoso marido.
Extraído da Enciclopédia de Temas Bíblicos, por Gleason Archer
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