Introdução

O Brasil é um país com grande reduto espírita, e com crescimento a cada nova pesquisa. Como definição geral, espiritismo é uma doutrina baseada na crença da sobrevivência da alma e da existência de comunicação, por meio de mediunidade, entre vivos e mortos, entre os espíritos encarnados e desencarnados no processo de evolução.

O ensino dos espíritas contradiz o que dizem as Escrituras. Nós não passamos por um processo de evolução para que nos tornemos “perfeitos”. A Bíblia fala sobre a graça de Deus e a fé como instrumentos, dados pelo Pai, para a nossa salvação. Vamos ver um pouco mais sobre os espíritas e depois verificar o ensino bíblico que contradiz a evolução por méritos.

I. O Espiritismo

Para Allan Kardec um “espírita” é todo aquele que acredita nas manifestações dos espíritos e, por isso, esse número é bem extenso. Há muitos grupos que aceitam essa prática. Podemos ver alguns: Legião da Boa Vontade (LBV), Associação Mística Ordem Rosa Cruz (AMORC), Candomblé, Umbanda, Quimbanda, Cultura Racional (CR), Racionalismo Cristão (RC), Círculo Esotérico, Vodu; entre outros.

O espiritismo foi difundido por Léon Hippolyte Rivail, nascido em Lião, na França, em 1804, assumindo o pseudônimo de Allan Kardec, por pensar que fosse a reencarnação de um poeta celta com esse nome. Afirmava a necessidade de pregar uma nova religião, o que começou a fazer em 1856. Hippolyte declarou que o Espírito Verdade deu a ele autorização para se chamar Allan Kardec. Teria sido um nome que ele – Hippolyte – teve em uma encarnação anterior, quando foi um poeta celta na antiga Gália, mesma época em que viveram os lendários druidas (século 2º a.C.). A partir daí ele começou a lançar os livros que contêm toda a doutrina do espiritismo kardecista. Publicou O Livro dos Espíritos, Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o espiritismo, Céu e inferno, A gênese, O que é o espiritismo, A prece segundo o evangelho, e Obras póstumas. Allan Kardec, ou Léon Hippolyte Rivail, morreu em 31 de março de 1869, vitimado por um aneurisma cerebral.

O principal conceito do espiritismo é o da reencarnação, que é praticamente um processo pelo qual os seres humanos teriam de passar para, a cada nova vida, por meio de boas obras, méritos, serem aperfeiçoados. É com facilidade que se veem livros espíritas circulando por aí, assim como seus ensinos serem temas de filmes e novelas na TV. Contra isso temos de expressar a verdade que a Bíblia ensina.

II. Não por méritos, mas pela graça

A Palavra de Deus nos ensina que o único meio de salvação é a ação da graça salvadora de Deus em favor do ser humano. A carta aos Efésios, ensina que o propósito de Deus na salvação do pecador é o louvor de sua glória (Ef 1.12,14). Deus alcança este propósito ao oferecer a salvação graciosamente àqueles que, por si mesmos, não têm nenhum direito a ela. Todos os seres humanos estão em um estado caído e estão afastados de Deus por causa de seu próprio pecado (Rm 3.23). O homem é totalmente incapaz de obter sua própria salvação. Deus, então, movido somente por sua graça soberana, providenciou a salvação para o ser humano em Cristo.

Todos estão na condição de pecadores e merecem a mesma retribuição de Deus, ou seja, a morte, que é o salário do pecado (Rm 6.23). Se o Senhor nos tratasse de acordo com nossos méritos e justiça, não haveria salvação, pois o que merecemos é a morte.

Nosso único meio de salvação é a graça de Deus, um tratamento que não merecemos, que não é segundo nossos méritos, mas segundo a ação bondosa e graciosa de Deus. A obra da salvação é maravilhosa exatamente porque Deus “não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui consoante as nossas iniquidades” (Sl 103.10), mas segundo as riquezas da sua graça (Ef 1.7). Essa é a grande mensagem do evangelho.

Nenhum ser humano tem direito à salvação, mas Deus, movido somente por sua graça soberana, não permite que todos eles recebam a justa retribuição pelo seu pecado. Para isso,ele providenciou um meio para que sua graça salvadora pudesse ser oferecida sem, contudo, deixar de cumprir totalmente sua justiça. Esse meio foi o envio de seu próprio Filho, que não tinha pecado, mas tomou sobre si os pecados de seu povo (Mt 1.21) e morreu por eles. Desse modo se cumpriu cabalmente a justiça de Deus.

Graça significa o livre e imerecido amor de Deus expresso em favor do pecador digno de condenação. Sendo assim, quando a Bíblia diz que o Senhor nos trata segundo as riquezas da sua graça, ela está afirmando que, na salvação, Deus não nos trata segundo nossos méritos. Em Romanos lemos: “Também agora, no tempo de hoje, sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça. E, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça” (Rm 11.5-6). Onde há merecimento não pode haver graciosidade (Rm 4.4-5).

O caráter gracioso de Deus na salvação é muito destacado em sua Palavra (Is 53.4-5,11-12; 2Co 5.21; 1Pe 2.24; 3.18), em detrimento da justiça humana: “Todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como um vento, nos arrebatam” (Is 64.6). É por meio da graça que pecadores se fartarão daquilo que é concedido a eles graciosamente, sem custo nem mérito. É a salvação pela graça. “Ah! Todos vós, que tendes sede, vinde às águas, e vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite” (Is 55.1).

Até mesmo o ato de crer não pode ser visto como uma obra do homem a favor de sua própria salvação. Isso porque até mesmo a fé é apresentada na Bíblia como um dom de Deus (Ef 2.8-9). É verdade que é o homem que precisa exercer a fé, mas essa fé é concedida pelo próprio Deus, e ele faz isso segundo as riquezas da sua graça. Na salvação, o que Deus enxerga no pecador é a obra de Cristo realizada em favor dele e apropriada pela fé, que é concedida pelo próprio Deus.

Quem pagou por nossa salvação foi o próprio Senhor Jesus, com seu sangue, de modo que a salvação é gratuita para nós, mas, para Cristo, teve um preço altíssimo. Como o meio de salvação foi providenciado pelo Pai, o preço da salvação foi pago pelo Filho e a aplicação da salvação ao coração do pecador é feita pela ação do Espírito, é perfeitamente natural que, em sua soberania, Deus determine quando, como e a quem a salvação deve ser dada.

O coração do pecador é transformado por Deus, que causa a purificação de sua natureza, fazendo com que o redimido passe a amar a justiça de Deus e creia em Cristo para sua salvação. Antes da ação da graça na natureza humana, o elemento natural do pecador era o pecado. Depois da ação da graça, sua busca passa a ser a santidade. A graça transforma a vida do pecador e cria nele uma semente de santificação, que deve ser cultivada pelos meios de graça oferecidos por Deus.

III. Pela graça por meio da fé

A fé é um elemento essencial da conversão. A salvação é impossível sem ela. Como diz a carta aos Hebreus: “Sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam” (Hb 1.6).

Apesar de não aparecer como um nome no Antigo Testamento, a fé, porém, é vista frequentemente. Desde o princípio, a salvação apareceu como uma promessa que só podia ser aceita pela fé. Essa fé assumiu a forma de uma aliança que se baseia no amor de Deus e requer aceitação voluntária dos seres humanos. Isso só pode ser feito por meio da fé (Gn 3.15; 6.22; 7.5; 8.22; 12.4; 15.6; 17.21ss.; 22.2; Êx 20.2; Dt 7.8; 14.1). A relação religiosa dos seres humanos com Deus é geralmente expressa por outras palavras, como temor, serviço, amor, dedicação, confiança em Deus, propensão a ele, esperança nele e assim por diante.

A fé é o meio pelo qual somos salvos e a maneira pela qual nossa esperança é assegurada (Hb 11.1). Até a volta de Cristo, somos guardados pelo poder de Deus, mediante a fé (1Pe 1.5). O nome usado por Lucas para descrever os cristãos no livro de Atos aponta para a importância da fé: “crentes” (At 2.44). Os cristãos são aqueles que têm fé em Cristo.

A fé é a convicção de que o Deus Todo-Poderoso existe, de que ele é o Criador, mantenedor de todas as coisas, e o provedor da salvação em Cristo. Ela também é a convicção de que Jesus Cristo é o Messias, por meio de quem obtemos a salvação. Porém a palavra “fé” também pode se referir ao conteúdo daquilo que é crido. Ela tem esse sentido em Judas 3: “Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos.”

Portanto, a fé é o meio pelo qual somos salvos. Isso está muito longe do conceito de méritos do espiritismo. A salvação não acontece mediante nossas obras.

Conclusão

Espiritismo e cristianismo são como água e óleo. Não se coadunam. Não podem ocupar o mesmo espaço. Não há a possibilidade de ser espírita e cristão ao mesmo tempo. O espiritismo tem aparência de verdade, mas não resiste ao teste da Bíblia.

Devemos confiar no sangue remidor de Cristo, a crer em reencarnação. Ao crermos na graça de Deus, em Jesus Cristo, somos transformados. Por meio da fé, dada pelo Senhor, recebemos nova vida e somos purificados de todo pecado.

Aplicação

Você acredita que a caridade pode trazer salvação? O espiritismo acredita que sim. Mas a Bíblia ensina claramente que não. Que textos bíblicos você poderia usar para rebater essa heresia do espiritismo? Quando você cultua a Deus, procura demonstrar gratidão pela maravilhosa salvação concedida por ele?

Estudo publicado originalmente pela Editora Cultura Cristã, na série Expressão, 2013.
Fonte: http://ultimato.com.br/

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